Em contextos de pobreza, quando tudo é difícil, quando os direitos humanos mais básicos não estão garantidos, poder ir à escola é uma alegria imensa para estas crianças. Nascer num dos lugares mais pobres do mundo condiciona totalmente as oportunidades de estudar e formar-se. A Ajuda em Ação tem projetos de cooperação para o desenvolvimento em 18 países da América Latina, África e Ásia. Todas as regiões onde trabalhamos têm um denominador em comum: a pobreza. As famílias que apoiamos são as que possuem índices mais elevados nos diversos indicadores associados à pobreza, à desnutrição infantil, à mortalidade e, claro, à falta de oportunidades para estudar.
Se vem de uma família que apenas tem rendimentos para sobreviver, comprar um caderno ou uma caneta é algo inalcançável. Neste contexto, como se sente uma criança quando pode ir à escola? Sente-se um verdadeiro privilegiado.
Isto é o que acontece com Byron, de 15 anos. Atualmente, está a frequentar o Ensino Básico e na sua aldeia não há Ensino Secundário. Por isso, todos os dias, tem de caminhar durante uma hora para chegar à Escola de Tanshá, na Guatemala.
O que sente uma criança como o Byron quando pode ir à escola é um verdadeiro sentimento de orgulho por saber que a sua persistência o leva cada dia um pouco mais perto do seu sonho. Ele quer ser professor. O seu pai, Julio César, sabe que o seu filho é um estudante brilhante, algo que foi mencionado imensas vezes pelo seu professor, Arnold, que reconhece perfeitamente o grande esforço que Byron faz diariamente, o único jovem da sua comunidade que frequenta o Ensino Secundário.
Byron levanta-se todos os dias às quatro da manhã para ajudar a mãe a moer o milho. Depois de regressar da escola e de fazer os trabalhos de casa, também ajuda o pai nas atividades agrícolas e os seus sete irmãos com os trabalhos de casa.
Gilda, de 17 anos, também era uma aluna de destaque em Cotagaita, a pequena aldeia da Bolívia onde vive com os irmãos e a mãe. Quando o seu pai adoeceu com um problema de coração, disponibilizaram todos os recursos económicos que tinham para cobrir os gastos das consultas médicas. Mas não foi o suficiente para salvar a sua vida. O seu sonho é, desde então, estudar medicina para poder ajudar as famílias com poucos recursos. À dor de não conseguir salvar o seu pai, juntou-se de seguida a dor de não poder estudar. O que sente uma jovem como a Gilda quando não pode ir à escola é impotência, frustração e dor.
Por detrás dos sonhos desfeitos das crianças que querem estudar e não podem, devido à falta de recursos dos seus pais, estão os nomes de muitos estudantes que são obrigados a abandonar a escola.
A Ajuda em Ação trabalha para garantir que as crianças mais desfavorecidas desfrutem de direitos tão básicos como a educação. Atualmente, mais de 265 milhões de jovens e crianças não têm escolaridade. Neste sentido, as Nações Unidas apontam que, se todas as crianças frequentassem o Ensino Secundário, 420 milhões de pessoas poderiam sair da pobreza.
Todos os que acreditam que a sociedade civil também pode contribuir para garantir este direito podem ajudar. Como? Colaborando com organizações como a Ajuda em Ação, que se esforça diariamente para garantir o direito à educação de qualidade das pessoas mais desfavorecidas.