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A vida com uma ONG: a história da Wosene

19-07-2019 Leitura 2 Minutos 3

Ajuda em Ação

“Vários homens tentaram forçar-me a ir com eles. Nunca me rendi”. Assim começa o relato de Wosene sobre a tentativa de sequestro por vários homens que sofreu. O que salvou Wosene foi pertencer a um projeto de uma ONG, que lhe deu formação sobre os seus direitos fundamentais, projeto este que faz parte da luta da Ajuda em Ação para pôr fim à violação dos direitos das raparigas e mulheres. A formação acerca dos seus direitos encheu-a de coragem para lutar até conseguir escapar aos seus raptores.

Infelizmente, em Seru (Etiópia), a sociedade permite o sequestro de raparigas como prática habitual para os homens conseguirem uma esposa. O medo do sequestro por parte das raparigas e dos seus pais foi durante décadas, e até há bem pouco tempo, uma das causas mais comuns para o abandono escolar das raparigas e lamentavelmente não é uma prática que esteja extinta.

Wosene: uma rapariga etíope num projeto da ONG

Wosene tem 16 anos e participa num dos projetos que a ONG tem na sua aldeia. Quando tinha três anos perdeu o pai e, desde então, vive com os quatro irmãos mais novos e com a mãe, cuja coragem ajudou toda a família a seguir em frente. “Aqueles que me tentaram sequestrar não pensaram que alguém os desafiasse, não tiveram em conta nem a minha mãe, nem os meus irmãos. Somos uma família e protegemo-nos uns aos outros”, conta.

Através dos grupos de raparigas organizados pela Ajuda em Ação criamos consciência. Isto está a tornar-se vital para que as raparigas tenham consciência sobre quais são os seus direitos e para fortalecê-las perante qualquer prática que viole estes direitos: “informam-nos sobre os nossos direitos e falamos de problemas como os sequestros e os casamentos forçados que obrigam as raparigas a abandonar a escola”.

Como parte da luta para pôr fim à violação dos direitos das mulheres e das raparigas que participam nos projetos da nossa ONG, organizámos Grupos de Direito de Mulheres Vigilantes e grupos nas escolas locais. Desta forma, alinhamos as nossas ações com a meta do ODS cujo objetivo é alcançar a igualdade de género. Graças ao trabalho e à participação nestes grupos, as mulheres e raparigas estão a tornar-se mais conscientes dos seus direitos e começaram a desafiar a violência em vez de se manterem submissas como anteriormente faziam.

263 millones de niños y jóvenes en el mundo no pueden ir al colegio.

A vida das crianças dos projetos que a Ajuda em Ação desenvolve

A vida das crianças melhora graças ao apadrinhamento. O caso da Wosene é um bom exemplo, uma vez que a formação recebida permitiu-lhe permanecer na escola e prosseguir com os seus estudos: “agora estou no nono ano e quero continuar a estudar para poder ser médica”.

Neste último ano, 40.000 crianças e jovens receberam formação acerca dos seus direitos nos projetos que desenvolvemos em 20 países de quatro continentes.

Graças ao apoio dos padrinhos e madrinhas da Ajuda em Ação, milhares de raparigas como Wosene melhoraram as suas condições de vida e têm agora acesso aos seus direitos fundamentais e a novas oportunidades que lhes permitem sair deste círculo de pobreza e aspirar a um futuro melhor.

A Ajuda em Ação trabalha para que os milhares de raparigas que participam nos nossos projetos, conheçam os seus direitos, possam escolher uma vida melhor e, como Wosene, nunca se rendam.