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Histórias solidárias no Dia da Criança

20-11-2017 Leitura 4 Minutos 3

Ajuda em Ação

Hoje celebramos o Dia da Criança. Devia ser uma data especial para todas as crianças que estão espalhadas pelo mundo, mas não é assim para 570 milhões delas: há crianças a viver em situações de extrema pobreza, privadas de alguns direitos básicos da infância e simplesmente à espera que algum dia a situação melhore.

Dia da Criança: Fátima e o direito à água potável

Para chegar ao rio mais próximo que banha a aldeia de Milamba é preciso andar vários quilómetros. A Fátima conhece muito bem o percurso pois fá-lo todos os dias sozinha. Quando chega até ao rio de águas turvas esforça-se para encher o bidão sempre com medo que algum crocodilo, responsável pela morte de alguns dos meninos da sua comunidade, apareça. Contudo, a Fátima não tem alternativa porque não há mais água e ela está responsável por levar os 25 litros que cabem dentro do bidão à sua família. Hoje foi um bom dia para ela porque não teve de mover nenhum cadáver de macaco ou cobra antes de entrar na água.

Em Moçambique mais de 60% da população não tem acesso a água potável e a saneamento. Como alternativa recolhem água de rios e poços insalubres que lhes provocam doenças graves. A Fátima tem apenas 14 anos e faz três anos deixou a escola porque tem de ajudar a sua mãe nas tarefas de casa e a cuidar dos seus quatro irmãos. Esta é uma responsabilidade que já carrega sobre os ombros há algum tempo e por isso nem se queixa. No entanto, e apesar de hoje ser o dia da criança, a Fátima não sabe que tem direito a beber água potável.

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Dia da Criança: Cliver e o direito à alimentação

Cliver tem cinco anos e vive numa pequena povoação da Bolívia. Ele sofre de desnutrição, devido a uma alimentação pobre que inclui apenas batatas, arroz e milho numa base diária. A má alimentação afeta a sua saúde, razão pela qual está constantemente doente. Além disso, a desnutrição está a provocar consequências graves no seu desenvolvimento, dificultando a sua capacidade de aprendizagem. Isto também contribui para que Cliver tenha menos possibilidades de sair da situação de pobreza em que se encontra.

No Dia da Criança lembramos que 19.000 crianças morrem por dia devido a causas evitáveis e 1 em cada 3 morre de fome. Ainda não é tarde de mais para Cliver, que pode ter a oportunidade de crescer forte e saudável e desfrutar de uma vida repleta de oportunidades. O Cliver tem direito a receber uma alimentação adequada para que possa desenvolver-se sem problemas, a viver a sua infância e a ter acesso a um futuro melhor.

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Dia da Criança: Phulsani e o tráfico de menores

Phulsani vive no Nepal. Tinha 11 anos quando foi vendida a um bordel na Índia por um homem que prometeu aos seus pais que lhe arranjaria trabalho caso a deixassem ir com ele. Como era muito pequena, obrigaram-na a usar roupa larga para disfarçar a sua idade. No bordel exigiam-lhe que se deitasse com três clientes por dia e quando ela se recusava, maltratavam-na. Entretanto, a Phulsani foi resgatada do bordel e levada para uma casa de acolhimento. Ela nunca irá esquecer o pesadelo que viveu, mas graças ao apoio psicológico e à possibilidade de ter um ofício devolveram-lhe a vontade de viver. A trabalhar há 2 anos, ganhando 57 euros por mês, a Phulsani está a salvo. Contudo, existem ainda muitas crianças que à espera do dia em que serão resgatadas.

Dia da Criança: Anaís e o direito à educação

Nascida num seio familiar humilde, Anaís vive numa região remota do Peru numa casa sem eletricidade e água. Os seus pais trabalham imenso, e diariamente, para que não falte comida a nenhum dos três filhos e para poder proporcionar-lhes uma educação que os ajude a sair da situação de pobreza em que se encontram. Razão pela qual, a Anaís e o seu irmão andam mais de uma hora até chegarem à escola, passando por caminhos pedregosos, cruzando riachos e atravessando pontes que se encontram em mau estado. Assim foi até que no mês de março as inundações que assolaram o norte do país lhes levaram o pouco que tinham. Agora, Anaís é uma das 75 milhões de crianças que tiveram de interromper a sua educação devido a desastres naturais como este.

Para as crianças a pobreza é sinónimo de privação dos seus direitos da infância, o que afeta imensos aspetos da sua vida, como a possibilidade de frequentar escola, de fazer uma alimentação correta, ter acesso a cuidados de saúde, a água potável e saneamento.

A propósito do Dia da Criança, lembramos que com investimentos adequados e oportunos se podem reduzir as desigualdades que limitam as oportunidades e os direitos da infância, permitindo assim que as crianças tenham uma vida melhor enquanto adultos e possam oferecer mais oportunidades aos seus próprios filhos.

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