Acabar com a pobreza em todo o mundo em pouco mais de uma década é o maior desafio que teremos de enfrentar, mas é possível. Isto é visível olhando para os grandes passos que demos nos últimos tempos. Contudo, hoje este desafio é um pouco mais difícil do que era há um ano. A ONU já alertou para o facto de as consequências da pandemia poderem vir a aumentar a pobreza em todo o mundo, afetando mais 500 milhões de pessoas (o que representa 8% da população mundial). Por isso, é mais importante do que nunca que não percamos o foco e continuemos a trabalhar para alcançar o ODS 1. Descubra de seguida 6 formas eficazes para lutar contra a pobreza.
A fome é, ao mesmo tempo, causa e consequência da pobreza. Esta é a razão pela qual a erradicação da fome encabeça a nossa lista de formas de lutar contra a pobreza.
Os primeiros 1.000 dias de vida são cruciais para qualquer ser humano. É durante este período que ocorre o desenvolvimento básico das crianças e uma boa nutrição é fundamental para que isso aconteça. A fome e desnutrição na infância são uma das causas da mortalidade infantil, mas também podem provocar um atraso no seu desenvolvimento físico e intelectual, uma consequência irreversível que os acompanhará durante toda a sua vida.
Está demonstrado que uma população debilitada é menos produtiva. A má nutrição (em qualquer das suas formas) também acarreta graves consequências para a saúde dos adultos. A obesidade, por exemplo, pode conduzir a doenças crónicas como a diabetes tipo 2, hipertensão, asma, problemas respiratórios ou doenças hepáticas.
Como vimos anteriormente, pobreza e saúde estão intimamente ligadas. E são os dois elementos-chave desta pescadinha de rabo na boca. A pobreza faz com que as pessoas que estejam doentes não tenham recursos para aceder a determinados tratamentos. Por outro lado, uma elevada incidência de doenças num território impede que este se desenvolva economicamente.
A construção de sistemas de saúde robustos, que permitam universalizar este direito fundamental, e o desenvolvimento de mecanismos e programas de prevenção são duas das formas mais eficazes de acabar com a pobreza.
Os desastres naturais – agravados pelos efeitos das alterações climáticas – traduzem-se em perdas de culturas, gado e infraestruturas. Isto provoca uma redução drástica da produção de alimentos básicos e incide diretamente na segurança alimentar da população com menos recursos, mas também nos seus meios de subsistência.
Para acabar com a pobreza, é também necessário que apoiemos as populações mais pobres para que reduzam a sua vulnerabilidade perante os efeitos das alterações climáticas.
Sabemos que a educação é a ferramenta mais importante para quebrar o círculo de pobreza e constitui um importante incentivo para gerar mais e melhores oportunidades na infância e adolescência. Garantir o acesso a uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade a todos os alunos é o primeiro passo para construirmos um futuro longe da pobreza e cheio de oportunidades.
A cooperação internacional ou os projetos de desenvolvimento são os melhores caminhos para acabar com a pobreza. Este tipo de ações a médio e longo prazo têm como objetivo atacar as causas da pobreza de diferentes frentes. Na Ajuda em Ação trabalhamos lado a lado com as populações beneficiárias, tornando-as, desde o primeiro momento, protagonistas do seu desenvolvimento, detetando as suas necessidades e pondo em marcha um exaustivo plano que é revisto a cada três anos.
A pobreza tem o rosto das mulheres e a desigualdade de género é mais uma barreira que impede as mulheres de saírem da pobreza. A desigualdade de género a nível educativo e salarial, o acesso à propriedade da terra e a cargos de responsabilidade ou a falta de participação da mulher no seio da sociedade são alguns dos sinais desta realidade.
Por isso, se queremos acabar com a pobreza, não podemos (nem devemos) esquecer as mulheres. É necessário desenvolver políticas que rompam as barreiras que limitam as suas opções de desenvolvimento.
Esperamos que depois de ler este artigo não seja daquelas pessoas que acreditam que alcançar o ODS 1 (fim da pobreza) é uma utopia. Mas, se continua a pensar assim, deixamos-lhe aqui este dado. De acordo com a ONU, se todos os países ricos direcionarem apenas 1% dos seus rendimentos para o combate à pobreza, seríamos capazes de acabar com este problema em menos de 20 anos.
Lutar contra este flagelo também está nas suas mãos. Pode fazê-lo tornando-se voluntário nalguma organização que lute contra a pobreza e as desigualdades. Além disso, pode ir mais longe no seu contributo deixando-nos um donativo para assegurarmos a continuidade dos nossos projetos que visam ajudar as comunidades mais vulneráveis a sair da pobreza.