2023 será um ano desafiante, mas estamos determinados a relevar o potencial de cada um

Sempre que termina um ano, chega o momento de realizar uma reflexão do que aconteceu. Procuramos saber o que fizemos bem para repetir e o que não conseguimos atingir para continuarmos nessa procura. Estabelecemos novos objetivos e reforçamos os que foram conseguidos e falamos com participantes e parceiros para saber se estamos a responder a necessidades locais. Existem, assim, uma série de movimentos avaliativos e reflexivos que nos ajudam a manter um rumo constante para chegarmos a quem mais precisa.

Não é possível esquecer os eventos que marcaram 2022, incluindo uma saída suave da crise pandémica, o início de um conflito europeu que ameaça ser mundial e o agravamento de uma crise económica que impacta de forma cada vez mais dramática os mais vulneráveis.

Perante um cenário global complexo, mantemos uma atenção próxima e direcionada a todos os nossos participantes. Sabemos que é nos momentos de maior adversidade que é necessário disponibilizar os apoios mais impactantes e que venham a criar oportunidades para todos. Fazê-lo com humanismo e empatia é a forma mais sustentável de conseguir a mudança. Criar processos de apropriação e mecanismos internos que promovam uma integração plena do conhecimento, seja de aprendizagens, sejam práticas que fiquem na posse de cada participante é uma metodologia que a Ajuda em Ação vai continuar a seguir. Temos observado que o conhecimento fica mais constante em cada um tornando-o (a) mais forte, resiliente, crítico do seu próprio futuro e criativo quando precisa de encontrar soluções nos momentos de maior adversidade.

O ano de 2023 reforça o nosso compromisso para com os nossos parceiros. Temos a certeza de que o nosso trabalho se faz por somar um caminho, na maioria das vezes, já desenhado por instituições que estão mais próximas dos participantes. Seremos mais um agente a reforçar os nós que se dão numa rede cada vez mais forte para construir um impacto maior e uma resposta mais eficiente.

Para este ano o objetivo é somar mais oportunidades, mais parceiros, mais conhecimento, mais sustentabilidade. São estes objetivos coletivos que só uma equipa conseguirá estabelecer pelo desempenho de cada um em cada uma das suas funções, centrado num modelo de trabalho colaborativo em que ninguém fica sozinho, em que nenhum participante ficará para trás. Temos que ser mais criativos, procurar novas oportunidades também para a nossa sustentabilidade, e, assim, conseguirmos contribuir para reduzir a taxa de desempregabilidade jovem, aumentar a qualidade do sucesso escolar num ano que já se revelou ser desafiante para as crianças mais vulneráveis e manter o nosso compromisso com Camarate onde continuamos a acompanhar um grupo de mulheres que estão a construir o seu próprio negócio.

Este será um ano muito desafiante, mas onde procuramos revelar as forças do interior do país. Estamos presentes em Portalegre onde descobrimos uma comunidade educativa muito empenhada em educar crianças e jovens mais conscientes do mundo, do seu próprio potencial e das necessidades que um Distrito como Portalegre tem de se afirmar como agente de ligação com Espanha onde se poderão proporcionar mais oportunidades.

Estaremos fisicamente presentes nos projetos que promovemos, e motivados para ajudar e apoiar quem está mais vulnerável. Queremos que os nossos participantes estejam acompanhados na construção do seu percurso profissional, institucional ou pessoal.

Por fim, desejo um ano com a coragem para enfrentarmos juntos os desafios que temos em Portugal e em mais 20 países que fazem parte desta grande organização que é a Ajuda em Ação.

Mário Baudouin, Diretor Nacional Ajuda em Ação Portugal