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A Ajuda em Ação perante a emergência sanitária do Coronavírus

18-03-2020 Lectura 5 Minutos 3
Ajuda em Ação perante a emergência sanitária do Coronavírus

Na Ajuda em Ação não paramos. Perante a emergência global de saúde pública que vivemos, devido à pandemia do novo coronavírus, estamos operacionais e continuamos o nosso trabalho para dar apoio aos que mais necessitam.

Manifestamos a nossa solidariedade para com as pessoas afetadas. A elas e aos seus queremos demonstrar o nosso apoio e aos que não conseguiram superar esta doença, lamentamos muito a sua perda.

Perante o coronavírus, o nosso trabalho continua

Presentemente não temos conhecimento de nenhum caso de coronavírus nos membros das nossas equipas ou nos nossos projetos. Ainda assim, tendo em conta o nível de contágio atual da COVID-19 é possível que algum dos nossos membros fique infetado.

Como medida de prevenção, a organização está a fazer uma monotorização contínua da situação, adotando medidas que reduzam a exposição a zonas e/ou fatores de risco e que permitam a continuação da nossa atividade.

Nas zonas de risco suspendemos temporariamente todas as nossas atividades porque, antes de tudo o resto, queremos dar primazia à segurança das pessoas pelas e para as quais trabalhamos: da nossa instituição e da sociedade. O nosso comité de segurança está em contacto permanente com as nossas equipas e escritórios para monitorizar a situação, dar resposta e prestar qualquer apoio necessário.

Desde o início desta crise gerada pelo coronavírus, a Ajuda em Ação tem acompanhado a situação e adotado todas as medidas recomendadas pelos organismos oficiais para garantir a saúde da nossa equipa em Portugal e no resto do mundo.

Atualmente, estamos 100% operacionais como organização em formato de teletrabalho, no caso de Portugal e Espanha e a adotar medidas no resto dos países segundo as circunstâncias de cada um deles.

Conter e mitigar o contágio desta doença é uma responsabilidade de toda a sociedade e para isso é necessário ficar em casa. Agora, mais do que nunca, cuidar da nossa saúde é cuidar da saúde de todos e a nossa organização conta com a tecnologia e as equipas necessárias para dar continuidade ao nosso trabalho.

No entanto, temos consciência de que há processos e tarefas que podem ser afetadas e sofrer atrasos. Perante este tipo de situações, agradecemos antecipadamente a vossa compreensão e reforçamos o nosso forte compromisso como organização para dar resposta e seguimento a todas as ocorrências que surjam, na medida do que nos seja possível.

De que forma o coronavírus afeta o programa “Aqui também” em Portugal e Espanha?

Em Portugal, tal como em Espanha, as atividades nas escolas foram suspensas sob o mandato das administrações competentes; portanto, todas as atividades que realizamos dentro do nosso programa “Aqui também” nos dois países, estão suspensas. Essa situação afeta principalmente as famílias mais vulneráveis, como são as famílias com quem trabalhamos em Camarate, Loures, entre outras razões, devido à dificuldade de garantir que as crianças mantenham a frequência escolar via digital. Existirá, também, nos dois contextos, o impacto económico que estas famílias terão que enfrentar quando a recessão económica atingir os seus empregos.

O governo de Portugal tem vindo a anunciar a criação de um pacote de medidas de apoio às famílias e às empresas. Estamos a aguardar para ver como eles são aplicados e implementados para apoiá-los como organização na medida do possível. Sem dúvida, o sucesso das medidas dependerá em grande parte da boa coordenação entre os diferentes parceiros, para que cheguem rapidamente e logo fiquem acessíveis aos grupos mais vulneráveis.

O governo de Espanha anunciou também um pacote de medidas para a proteção de crianças em risco de pobreza e exclusão. Vamos mantendo a comunicação e ponto de situação sobre os programas e posição da Ajuda em Ação em Portugal e nos restantes países onde atuamos.

E os nossos projetos no resto do mundo?

Não nos podemos esquecer do nosso trabalho e responsabilidade diários, porque ainda que entendamos a gravidade desta situação, não podemos colocar de parte os dois milhões de pessoas afetadas por outras crises nos diferentes lugares do mundo em que trabalhamos.

A preocupação com a nossa integridade não é incompatível com a solidariedade para com quem, lamentavelmente, sofre situações de emergência que colocam em perigo a sua saúde e os seus recursos diariamente. Por isso, a Ajuda em Ação está em processo de adaptação das suas equipas e modelos de intervenção, atendendo às consequências diretas da COVID-19 nos nossos programas de desenvolvimento e mantendo sempre o foco no trabalho que realizamos nas comunidades e com os grupos em situação de pobreza ou exclusão. Como não poderia deixar de ser, fá-lo-emos sempre colocando as pessoas com as quais e para as quais trabalhamos, em primeiro lugar.

Até ao momento ainda não houve nenhum caso de infeção direta nos nossos projetos, mas certamente que haverá. Até agora os casos de contágio comprovados estão nas grandes cidades (como é o caso de Salvador e Lima), sem que se tenha detetado nenhum caso a nível rural. Como é provável que, em breve, tenhamos notícia de algum positivo, as nossas equipas estão a acompanhar os sistemas de saúde para assegurar a deteção e o tratamento desses casos.

No âmbito dos nossos programas há ações que já desenvolvemos – e que reforçaremos – que têm um efeito positivo e direto sobre o tratamento desta crise nos outros países. Entre outros:

– Há décadas que promovemos hábitos de vida saudável nas famílias e nos centros educativos e atividades de higiene pessoal (lavar as mãos e outras). Este é o momento de se reforçar essas mensagens e ações dos serviços de saúde, intensificando estas medidas.

– Geramos sistemas comunitários de proteção, através dos quais se leva a cabo, de forma pontual, a medição dos efeitos da COVID-19 nestas populações e se pode manter um procedimento de prestação de informação e maior atenção aos casos mais graves que se desenvolvam nos grupos da população mais vulnerável.

– Sempre que seja necessário, as nossas equipas trabalharão para aliviar os efeitos desta nova ameaça. Não nos podemos esquecer que falamos de populações em situações de especial vulnerabilidade, onde as consequências (por deficiência nutritiva ou falta de apoio médico) são maiores do que para a população sã e urbana. Por isso mesmo, estamos a delinear planos para distribuir recursos que possam ajudar nas situações de maior risco para a vida humana.

Perante esta situação torna-se mais necessário que nunca que o fluxo de ajuda continue a existir, já que sem este fluxo muitas famílias terão de viver perante piores condições sanitárias e de vida. Mais projetos e mais desenvolvimento significam menos vulnerabilidade e menor risco de que os efeitos deste vírus sejam irreversíveis.