A procura por uma vacina para a COVID-19 avança sem descanso. Sabe porque é que as vacinas são tão importantes para o desenvolvimento? Ou como está a avançar a imunização em relação a outras doenças no mundo inteiro? Neste artigo esclarecemos todas as suas dúvidas.
Vacinas e desenvolvimento: porque devem andar lado a lado?
As vacinas são historicamente uma das ferramentas mais poderosas para proteger a saúde mundial. Têm menos riscos associados do que muitas intervenções médicas, ajudam a reforçar o sistema imunitário e protegem contra muitas doenças que anteriormente causavam graves sequelas ou até mesmo a morte. Se ainda tiver dúvidas sobre a sua importância para o desenvolvimento, não se esqueça deste dado: salvam entre dois a três milhões de vidas por ano.
Está comprovado que são fundamentais para proteger as crianças de doenças graves e assim pôr fim a casos de mortalidade infantil que são evitáveis. Contudo, sabia que há ainda 20 milhões de crianças que não recebem as vacinas que precisam?
Os avanços estão a desacelerar. Nalguns casos, estamos mesmo a dar passos atrás. É o caso de doenças evitáveis como o sarampo, a difteria ou a tosse convulsa, que estão a registar inúmeros surtos por todo o mundo.
Quem são os mais afetados pela falta de acesso à vacinação?
Como habitualmente, os países desenvolvidos não são os mais afetados por este problema. A falta de imunização castiga sobretudo os países em vias de desenvolvimento e, mais concretamente, as crianças.
“Ainda que, hoje em dia, a maioria das crianças sejam vacinadas, são demasiadas aquelas que são deixadas para trás. E é inaceitável que sejam, muitas vezes, as pessoas que mais riscos correm – as mais pobres, as mais marginalizadas, as mais afetadas por conflitos ou obrigadas a abandonar os seus lares – aquelas que permanecem persistentemente excluídas”. Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde.
Impacto da pandemia da COVID-19 nas vacinas: o caso do sarampo
A atual pandemia está a afetar a vacinação? Infelizmente, a resposta é sim. Às barreiras como a desinformação, os movimentos antivacinas ou a debilidade dos sistemas sanitários nos países mais pobres, juntou-se também o novo coronavírus.

Um dos casos mais visíveis é o do sarampo. Embora exista uma vacina para esta doença há mais de 50 anos, a taxa de mortalidade e as infeções a ela associadas têm vindo a crescer desde 2018, sobretudo na África Subsariana.
Com a chegada da COVID-19, a situação apenas piorou. Devido à pandemia, pelo menos 30 campanhas de vacinação contra o sarampo foram canceladas ou correm o risco de o ser. Porque é que estas vacinações estão a ser interrompidas? As razões variam, mas algumas são:
- Obrigação de permanecer em casa devido ao confinamento.
- Dificuldades económicas.
- Restrições de movimento.
- Medo do contágio pelo novo coronavírus.
- Falta de pessoal médico, etc.
As consequências? Mais de 117 milhões de crianças em todo o mundo correm o risco de não se poderem vacinar contra o sarampo.
Para a Ajuda em Ação é claro: as vacinas salvam vidas. Por isso, perante a COVID-19 e todas as ameaças que nos impedem de alcançar um desenvolvimento humano, equitativo e sustentável, #SomosAjuda.