Primeiro amarelo, depois laranja e, por fim, vermelho. O alerta sanitário por causa do novo coronavírus em El Salvador já é uma realidade. Atualmente, o país já conta com cerca de 2.000 casos confirmados e 35 mortos em consequência da infeção pela COVID-19. Além disso, mais de 4.200 pessoas estão a viver em abrigos que funcionam como centros de contenção por apresentarem sintomas de contágio. Neste sentido, a Ajuda em Ação está a trabalhar neste país para travar esta emergência sanitária.

El Salvador não escapa ao alerta sanitário do novo coronavírus


Algumas das principais medidas implementadas até ao momento para travar a propagação do vírus são:

- Quarentena a nível nacional.

- Encerramento de fronteiras.

- Suspensão do direito de livre trânsito.

- Encerramento de escolas, universidades e empresas.

Neste país da América Central, um dos mais pobres entre os latino-americanos, já se começaram a fazer sentir os primeiros efeitos da paralisação, e inclusivamente um retrocesso na qualidade de vida de muitas pessoas. Por um lado, começou a notar-se a insuficiência de material médico nos centros de saúde: faltam produtos básicos para lutar contra o vírus, como máscaras, luvas, álcool e gel.

Por outro lado, a desaceleração da economia já causou falta de alimentos e dificuldades de acesso a serviços e a produtos básicos de uso diário. Os mais afetados? As pessoas que trabalham no setor informal e cuja segurança alimentar depende daquilo que produzem e vendem diariamente. Sete em cada dez salvadorenhos vivem nesta situação.

Contra o coronavírus, #SomosAjuda


Para fazer frente a esta pandemia, pusemos em marcha um plano de resposta humanitária em 11 países da América Latina que nos permitirá ajudar mais de 500.000 pessoas em situação de risco e vulnerabilidade. No caso de El Salvador, estamos presentes no país desde 1990. Graças à nossa grande experiência no país, sabemos quais são as principais necessidades das comunidades rurais e empobrecidas com quem trabalhamos. Sabemos que são as mais afetadas por este alerta sanitário e, por isso, demos desde logo início a uma resposta humanitária, que está presente em Santa Ana, Chalatenango, La Unión, Cuscatlán, La Paz, San Vicente, Usulután e Ahua. Em que é que consiste?

- Realizámos uma campanha de sensibilização para que as famílias destas comunidades percebam o que é o coronavírus e quais as medidas de prevenção a adotar para se protegerem.

- Disponibilizámos material médico e financiámos obras de reabilitação em infraestruturas do Ministério da Saúde, centros de saúde e unidades epidemiológicas. Durante a pandemia, também daremos resposta a necessidades logísticas que surjam. A assistência médica de qualidade é uma das grandes carências em boa parte do país.

- Formamos os profissionais de saúde em medidas de prevenção contra o coronavírus.

- Distribuímos kits de higiene e de alimentação.

- Desenvolvemos atividades educativas, de lazer e de apoio psicossocial para crianças e famílias em confinamento.

- Damos formação aos pequenos empreendedores e empreendedoras para que possam recuperar do impacto económico causado por esta crise.

- Damos orientação às instituições para a prevenção da violência de género e intrafamiliar, que podem aumentar consideravelmente durante o confinamento.

Apoio à infância


Apoio à infância

Uma parte central do nosso trabalho em todo o mundo é a defesa dos direitos das crianças, particularmente as mais vulneráveis em contextos de emergência humanitária como o que vivemos. Em El Salvador, graças ao nosso programa de apadrinhamento, podemos prestar apoio a crianças como o Saúl. O seu testemunho chega-nos de Citalá, uma província no norte do país. Com apenas oito anos, está já muito consciente dos desafios que o novo coronavírus está a colocar à sua família e à sua vida:

“Temos tarefas da escola que não pudemos entregar porque não tínhamos sinal telefónico nem Internet. Na comunidade, não temos computadores em casa para podermos fazer as tarefas e enviá-las. O professor não pode vir até cá, porque vive longe e tem de ficar em casa, só existe transporte uma vez por semana e as pessoas apenas podem sair duas vezes por semana para comprar alimentos.”

Com a maturidade que exigem as situações mais difíceis, Saúl ajuda hoje mais do que nunca a sua família a seguir em frente e agradece-nos pelo nosso apoio constante à sua comunidade.  Espera ansiosamente poder voltar em breve a brincar com os seus amigos e escrever as tão esperadas cartas aos seus padrinhos.

Hoje, mais do que nunca, #SomosAjuda face ao coronavírus em El Salvador. Com o seu apoio, poderemos continuar a trabalhar com famílias como a do Saúl para que ninguém fique para trás nestes tempos mais difíceis.