Em pleno século XXI, a venda de vidas humanas não para de crescer. Hoje falamos-lhe sobre 7 coisas que deve saber acerca de um dos negócios ilícitos mais lucrativos e que afeta mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo: o tráfico de pessoas.

1. Tem rosto de mulher


Mais de 70% das vítimas do tráfico em todo o mundo são mulheres e raparigas. Quando falamos de exploração sexual, a forma mais conhecida do tráfico de pessoas, esta percentagem alcança uns arrepiantes 98%. Também não podemos esquecer que este crime afeta mais de 7 milhões de crianças por ano.

2. Está no Top 3 dos negócios mais lucrativos


Embora seja uma das maiores violações dos direitos humanos que existe, o tráfico ocupa um dos lugares do pódio na lista dos negócios ilegais mais lucrativos, sendo apenas superado pelo tráfico de drogas e de armas. Segundo a Europol, os traficantes de mulheres recebem por ano 32.000 milhões de euros graças a este crime.

3. Adota múltiplas formas


Ainda que a exploração sexual (59% dos casos) e o trabalho forçado (34%) sejam as formas mais comuns da escravatura moderna, os restantes 7% das vítimas enfrentam outros tipos de violações dos seus direitos como as adoções falsas, a servidão, ou o tráfico de órgãos, entre outras.

4. Apenas conhecemos a ponta do icebergue


Como indica o último Relatório Global do Tráfico de Pessoas elaborado pelas Nações Unidas, um dos maiores desafios da luta contra este fenómeno é a falta de dados para conhecer a sua magnitude real. Assim, o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) calcula que por cada vítima de tráfico identificada existem 20 por identificar. Embora tenham existido alguns avanços nesta luta contra o tráfico de pessoas, uma vez que são detetadas cada vez mais vítimas e condenados mais traficantes, ainda existem vazios de informação preocupantes e em várias partes de África e da Ásia, por exemplo, apenas se registam casos. A esta questão junta-se ainda a impunidade propiciada por um mercado ilegal que sabe muito bem confundir-se com cenários legais.



Nueva llamada a la acción


5. Uma Nobel da Paz declarou guerra ao tráfico de pessoas


Nadia Murad foi uma das 3.000 raparigas e mulheres yazidis escravizadas pelo ISIS na Síria e no Iraque. Aos 19 anos foi testemunha do assassinato dos seus irmãos e foi sequestrada e abusada durante três meses, até conseguir fugir e refugiar-se na Alemanha. Desde então, dedicou a sua vida a consciencializar as pessoas contra o tráfico como arma de guerra e a procurar levar o ISIS à justiça. Como reconhecimento da sua luta, Nadia foi galardoada, em 2018, com o Prémio Nobel da Paz e tornou-se também Embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas pela Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico de Pessoas.

6. Sim, o tráfico de pessoas também existe no seu país


A venda de pessoas não tem fronteiras. Vivemos num mundo globalizado e de grande mobilidade humana, onde há países que exportam vítimas, outros que são de passagem e os de destino. Só entre 2012 e 2014, a ONU detetou mais de 500 fluxos distintos de tráfico de pessoas que forçavam mulheres, crianças e homens a atravessar países vizinhos ou continentes. A conclusão da ONU era clara: nenhum país é imune ao tráfico de pessoas.

7. A sua erradicação é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


O caminho para um mundo sustentável onde ninguém fica para trás também passa por lidar com crimes como o tráfico de pessoas. Por isso, na Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, as Nações Unidas comprometeram-se, dentro das suas metas sobre a igualdade de género, a “eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos”.

Na Ajuda em Ação estamos há mais de 4 anos a lutar contra o tráfico de raparigas e mulheres no Nepal. Em conjunto com a Maiti Nepal, realizamos campanhas de sensibilização, programas de reabilitação, prestamos assistência legal às vítimas disponibilizamos casas para o acolhimento de menores. Você também pode lutar contra o tráfico de pessoas. Ajuda-nos? Retire-os do mercado.