Vou ficar doente? Quando é que volto a ver os meus amigos da escola? Porque é que tenho de lavar as mãos tantas vezes? Se tem crianças em casa é provável que, neste momento, se encontre com muitas dúvidas sobre o impacto do coronavírus no seu quotidiano. Para ajudá-lo, damos-lhe algumas ideias e dicas sobre como falar do vírus com os mais pequenos.
Como falar do coronavírus com as crianças?
- Com informação: não espere que os mais novos façam perguntas para abordar o tema. Pode começar por perguntar-lhes o que sabem sobre o coronavírus. Vai servir para lhes desconstruir as falsas crenças que possam ter e para lhes oferecer uma explicação adaptada à sua linguagem. Explique-lhes o que é este vírus, quais são os sintomas e que, na maioria dos casos, as pessoas recuperam.
- Com sinceridade: os mais pequenos devem entender que se trata de um vírus que se propaga com facilidade, pelo que precisamos de nos proteger. Ao fazer esta explicação lembre-se de transmitir sempre calma e segurança.
- Sem alarmismo: não se deixe levar por explicações muito extensas ou comentários muito alarmistas. Tente evitar a referência a pessoas que estejam em estado grave ou que tenham morrido.
- Com criatividade: pode recorrer a desenhos ou representações gráficas para que entendam a situação. Por exemplo, pode dizer-lhes que é um vírus que gosta muito de viajar e que está a gostar muito de fazer turismo em países como Portugal, Espanha ou Itália.
- Sem saturação: fale com os mais pequenos as vezes que forem necessárias, mas procure sempre não os sobrecarregar com informação e tente ao máximo falar de outros assuntos do vosso quotidiano.
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1. Os jogos são vossos aliados:
Lavar as mãos: para reforçar a importância de lavar as mãos aos mais pequenos, pode propor que cantem as suas canções preferidas enquanto o fazem ou podem mesmo, em conjunto, criar uma canção contra o vírus para cantarem enquanto lavam as mãos. Outra opção, que também serve para continuar a praticar a matemática, é dizer-lhes que contem de 0 a 20 ou que digam uma das tabuadas. Também pode desenhar-lhes um “pequeno vírus” nas mãos que têm de conseguir apagar ao longo do dia.
Ao tossir ou espirrar: peça-lhes que o façam com o cotovelo fletido, Pode explicar que é um “truque mágico” de karaté que nos protegerá do vírus, ou pode fingir ser uma forma de cumprimento para o vosso super-herói ou super-heroína preferidos.
Para que não toquem nos olhos, nariz ou boca: as mãos quietas. Quem tocar perde um ponto no jogo!
2. Cuidado com a sua atitude:
Lembre-se que os mais novos estão constantemente a observar e a apreender as suas atitudes e os seus comentários. Não se deixe cair na rejeição ou discriminação e procure ser um exemplo de higiene, tranquilidade e segurança.
3. Aproveitem para passar tempo de qualidade juntos!
Há males que vêm por bem! Aproveite esta ocasião para desfrutar de atividades para as quais não costumam ter tempo na correria do dia-a-dia. Sem inspiração? Aqui vão algumas ideias:
- Jogos de tabuleiro e outros: são uma opção económica e divertida para passar estes dias se tem crianças por perto. Dos clássicos como o bingo ou o jogo do stop, aos que até podem ser vocês a criar, as opções são infinitas! Se precisar de mais ideias para entreter crianças dos 3 aos 6 anos em tempo de coronavírus, clique aqui.
- Programas educativos: se o mundo analógico oferece possibilidade de divertimento, o digital não fica atrás. Existe uma variedade de programas que combinam diversão com educação para todas as idades. Art Attack, Rua Sésamo…entre muitos outros programas sobre como funciona o corpo humano, os vírus e o que é necessário para combatê-los.
- Livros: é a oportunidade perfeita para explorar o mundo da imaginação e incutir valores. Leia-lhes o seu livro favorito de quando tinha a mesma idade!
- Filmes: Luzes, câmara… Ação! Aqui tem muitas ideias para desfrutar do vosso cinema em casa
- Trabalhos manuais: Porque não despertar o vosso lado mais criativo? Na Ajuda em Ação ensinamo-lo a desenvolver trabalhos manuais passo a passo: não há desculpas!
4. Evite que os mais pequenos naveguem sozinhos pela internet:
A Internet pode ser uma fonte de informação fidedigna, mas também de dados e notícias falsas que só assustarão os mais pequenos. Acompanhe as crianças e assegure-se que fazem uma utilização segura das tecnologias.
5. Procure manter os horários e hábitos familiares:
As nossas rotinas fazem-nos sentir seguros e mais calmos, sobretudo em momentos de incerteza. Estabeleça rotinas, hábitos para cumprir tarefas e responsabilidades, assim como espaços para o tempo livre. Não se esqueça que também é importante deixar que as crianças se sintam de certa forma frustradas: é saudável e puxa pela sua imaginação!